A mensagem foi dirigida aos governantes do mundo para que adotem medidas para incentivar a reciclagem dos computadores velhos.
Os governantes do mundo inteiro devem adotar medidas para incentivar a reciclagem dos computadores velhos e o prolongamento de sua vida útil, devido ao impacto destrutivo dos componentes dessas máquinas para o Meio Ambiente, como revelou um estudo divulgado pelas Nações Unidas.
Os autores da pesquisa destacaram que a fabricação de um computador de 24 quilos exige pelo dez vezes mais o seu peso em combustível fóssil e mais produtos químicos. Em comparação, a fabricação de um carro ou uma geladeira precisa de apenas o dobro de seu peso em recursos naturais. Os pesquisadores contratados pela ONU concluíram que a fabricação de um computador e seu monitor precisa de pelo menos 240 quilos de combustível, 22 quilos de produtos químicos e 1,5 tonelada de água, ou seja, o peso de um carro ou um rinoceronte.
A fabricação de microprocessadores é uma das causas desta disparidade "devido a seu peso extremamente baixo em relação à enorme quantidade de energia e produtos químicos necessários para fabricá-los", explicou um dos autores do relatório da pesquisa, Ruediger Kuehr, em entrevista à AFP. Treze países, a maioria deles europeus, aprovaram as normas que prevêem a obrigatoriedade de reciclar computadores, destacou Eric Williams, co-autor do trabalho "Computadores e Meio Ambiente", que contém as iniciativas do Japão e de Taiwan neste sentido.
Os Estados Unidos, país que mais produz e compra computadores individuais, ainda não começaram a refletir sobre a maneira de reciclar e destruir as máquinas desatualizadas para impedir a contaminação gerada por alguns componentes da informática destacaram os autores. "“A conscientização dos problemas ambientais é certamente muito inferior nos Estados Unidos” do que na Europa”, acredita Williams. Para ele, a administração americana atual não está aberta a considerar as novas regras. "A maioria dos computadores é fabricada nos Estados Unidos" e sua resistência em adotar medidas "é uma questão econômica", continua Kuehr.
Os estudiosos lembraram a explosão das vendas de máquinas para empresas, que nos Estados Unidos continuam crescendo 10% ao ano. No mínimo, 130 milhões de computadores são vendidos a cada ano no mundo e, até o final de 2002, este número pode chegar a um bilhão de computadores particulares. Os pesquisadores também atentam para a responsabilidade dos consumidores particulares. "Cada usuário de computador tem um papel a cumprir. Os usuários devem se perguntar se realmente precisam de um computador novo ou se compensa apenas atualizar ou complementar a máquina que já possuem em casa. Revender seu computador no mercado de produtos usados também é importante", conclui Williams.
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